Secretário da Educação, José Renato Nalini, anunciou o não pagamento do bônus e o cancelamento da prova do mérito |
O Governo do Estado de São Paulo, através do Secretário da Educação José Renato Nalini, anunciou nesta segunda-feira (28/03), a suspensão do pagamento do bônus aos profissionais da educação em 2016 e o cancelamento da prova do mérito realizada em agosto do ano passado.
Segundo o Secretário, o bônus será convertido em reajuste salarial de 2,5%, a partir de abril, a todos os servidores da rede estadual, incluindo os aposentados. É certo que substituir o bônus por um reajuste considerável de salário é uma ideia defendida pela maioria dos professores, agora, trocar a bonificação por um aumento de apenas 2,5% é uma proposta absurda. Até ontem, bônus e reajuste salarial eram coisas distintas para o governo estadual. Reajuste era aumento de salário base e bônus era pagamento extra pelos resultados alcançados pela unidade escolar. O governo pagava o bônus e negociava o reajuste de salário a parte. Pois bem, a verdade é que neste ano o Governo não vai pagar o bônus e ofereceu um aumento de salário de apenas 2,5%. A proposta de converter o bônus em reajuste é uma artimanha que serve somente para maquiar a situação do não pagamento do bônus.
Outra decisão equivocada do Governo paulista foi o cancelamento da prova do mérito que previa conceder aumento de salário aos professores aprovados na avaliação. Os professores dedicaram horas aos estudos se preparando para a prova, compareceram no dia, hora e local determinado e realizaram o exame, criaram a expectativa do conquista do aumento de salário e, agora, o Governo joga um balde de água fria e cancela tudo. Mudar as regras do jogo, no meio do jogo, não é honesto. Depois de realizar todo o processo, o Governo deveria cumprir o que foi estabelecido e conceder o aumento prometido.
Infelizmente, o segmento da educação não tem representação na política. E como é no meio político que as coisas são decidas, nós, profissionais da educação, ficamos a mercê da vontade e das decisões dos outros. Ficamos a mercê das decisões tomadas nos Gabinetes. Resta-nos gritar, gritar nas ruas e nas urnas.
Professor Ricardo Pereira
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